A culpa é das estrelas...

terça-feira, novembro 26, 2013


Peguei o livro com um amigo pra ler porque não aguentei a agonia de ouvir todo mundo falando bem do ditocujo e SÓ EU, euzinha, não ter lido. BUT, eu estava sendo corajosa – muito corajosa. Isso porque 10 em cada 10 pessoas diziam a mesma coisa: vai chorar horrores, a história é linda.

Eu tenho HORROR a chorar gente (apesar de eu ser a pessoa mais chorona do mundo inteiro). Odeio a sensação de que alguma coisa triste tá acontecendo com alguém/algo e eu não posso fazer nada.

Enfim, respirei fundo, deixei toda e qualquer expectativa de lado, e me joguei em A Culpa É Das Estrelas.

Hazel Grace – Só Hazel, por favor! – tem 16 anos e há 3 luta contra um câncer terminal que, apesar de encolhendo, não lhe dará mais que alguns anos de vida. Ela abandonou a escola há algum tempo e passa as tardes assistindo America’s Next Top Model, o que não quer dizer que ela seja totalmente infeliz (eu fazia isso quando SÓ estudava, tipo daquelas coisas que "SÓ" é uma ignorancia dizer porque já dá um trabalho do c*ralho).

A verdade é que Hazel há muito tempo aceitou seu destino, e a única coisa que a deixa preocupada, magoada e, principalmente, culpada, é a forma como seus pais precisam encarar esse grande desafio (tadinhos, já chorava daí do comecinho só de imginar a dor). Isso e a chatice de ter que ficar carregando um cilindro de oxigênio pra todos os lados.

As coisas começam a mudar em sua vida quando, por insistência da mãe, ela vai à reunião de um grupo de apoio para jovens com câncer. Não era sua primeira vez, claro. Já estava acostumada com o ambiente meio esquisito e o discurso otimista, mesmo para os que não tinham mais chances… Mas era a primeira vez de Augustus Waters (o Gus).

Gus é lindo e tem sua própria cota de sofrimento, tendo perdido uma perna por conta do câncer. Ele é amigo de Isaac, um menino cego com quem Hazel dividia suspiros irônicos durantes as reuniões, e acaba se aproximando da menina. E é claro que daí nasce um relacionamento bastante real, com aspectos dramáticos e muitos momentos fofos, tipo, VÁRIOS.

Tipo esse... *-*
Uma das coisas que a menina mais ama na vida é um livro chamado “Uma Aflição Imperial”, que termina no meio de uma frase, deixando muitas questões em aberto. Fã incondicional do autor, Hazel sonha em descobrir o que aconteceu – só assim sua vida poderia seguir completa. Mas o autor nunca respondeu nenhuma de suas cartas.

Com um empurrãozinho da doença, Gus e Hazel acabam em uma aventura meio surpreendente [e essa é a parte que achei menos real do livro] para encontrar Peter Van Houten, o autor. E essa é só uma das várias reviravoltas da história, que acabou me prendendo durante cada página, até o fim (mesmo eu tendo desistido de ler, por medo de chorar mais, umas várias vezes)

O livro é completamente fofo e emocionante. Não é exagerado, mas acho que justamente o contrário – uma vez ou outra sinto que faltou uma profundidade nos sentimentos, talvez culpa da narrativa em primeira pessoa. Diferente da caricatura que poderíamos encontrar, achei os personagens muito bem construídos – apesar de não tão profundos quanto imaginei.

Hazel é forte (ou finge muito bem), preocupada com os outros mais do que consigo mesma, com um humor ácido e ótimas doses de ironia. Gus é fofo, inteligente e muito cativante, tornando as interações ainda mais bacanas. Sem contar o humor negro que permeia muitas partes da narrativa (ADORO!).

O livro me envolveu de uma forma despretensiosa. Não foi algo extremamente arrebatador, mas conseguiu mexer comigo não só pela situação que aqueles jovens – Gus, Hazel, Isaac e todos os outros – viviam, mas pelas famílias e todos ao redor.

John Green conseguiu me pegar COMPLETAMENTE desprevenida, numa das melhores reviravoltas de trama que li nos últimos tempos. Sem exageros, não esperava o que ele fez. Partiu meu coração em um milhão de pedacinhos… Mas sabia que aconteceria, isso precisava ser feito. Pacientes terminais morrem. É a vida. É a crueldade do destino. A culpa das estrelas.

Para quem ama histórias fofas, apesar de dramáticas, bem escritas e envolventes esse livro é uma ótima pedida. Mas aconselho que façam como eu: com calma, sem expectativas. Deixe Hazel, Gus e John Green surpreenderem você. :)

Uma frase pra resumir? Tá: “Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter.” (p.235)

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