Uma terapia chamada: escrever!

segunda-feira, agosto 26, 2013

Dizem que quando a gente escreve, coloca pra fora tudo que tava guardado dentro da gente... parece uma mágica, o primeiro paragrafo conduz e traz calma pra continuar os próximos. Tati Bernardi, Caio Fernando Abreu, Clarice... whatever! Inspiração é uma coisa muito pessoal.. na verdade o que me inspira é a vida. Os acontecimentos. Tudo pra mim é destino, tá escrito e tem que ser daquela forma. Os 5 minutos atrasado, o moço que esbarra no meio da rua, um atendente simpática... É tudo tão óbvio que basta pensar um pouquinho pra ver como tudo se encaixa. E escrever é isso... é juntar os pedaços, as lembranças, as imagens. Escrever é colocar um punhado de mim em cada letra, em cada .... Bem, escrever é libertar. Escrever é viajar com as pranchas em cima do carro, com o cabelo voando na janela, escutando Goo Goo Dolls no último volume. É ter um lugar pra repousar a mão ou pra apertar forte quando o coração disparar mais forte. Escrever e amar é quase a mesma coisa, a diferença é só a involuntariedade. No amor ninguém comanda... Ter alguém pra tirar fotos bonitinhas, tomar um sorvete num domingo a tarde, pra admirar os defeitos e brigar de vez em quando, porque fazer as pazes é bom.

"There are many things that I'd like to say to you, but I don't know how.."... Lembram da terapia? Não precisa ser gritado aos quatro cantos do mundo, mas seria bom que cada pessoa que merece um texto soubesse o quão grandioso ou valioso aquilo pode ser. É um pedaço de uma história, um registro. É como se eu pudesse contar parte dos meus segredos, tipo tirar uma página do meu diário e dedicar a alguém especial, acho que seria até mais sério que uma senha... Nada que eu possa escrever pra alguém sobre alguem será mais valioso do que receber de mim um pedaço do que se passa aqui dentro.

Registrei amores, momentos, dias e noites mal dormidas. Experiências, alguns por do sol bem acompanhada, uma festa ou outra que mudou tudo... Registrei a minha vida. E é isso que eu tou tentando explicar. Escrever é trazer a tona tudo isso. É poder, depois de algum tempo, como agora, reler e pensar em como era grandioso aquele momento. Em como eu gostaria de voltar lá naquela festa e fazer tudo exatamente igual de novo, só porque ler algumas linhas me fizeram lembrar de como era bom ser exatamente do jeito que eu sou, e em como foi incrível tudo que aconteceu e me trouxe até aqui. Longe, mas certo, talvez. Sem arrependimentos, até porque, já falei do destino... Mas é inevitável. Pode ser perigoso também né? Lembrança é uma coisa perigosa. Mas é bom... escrever, amar e lembrar. É.

De tantos diários, tantos segredos, poucos eu contei. Poucos eu realmente fiz serem conhecidos. E esse é só mais um deles. Eu gosto da forma como as coisas tomam o fluir do rio. As suas mãos com vergonha quando tocam o meu cabelo, o jeito timido de dizer que lembrou. Um perfume. Uma foto. Escrever é lembrar de anos e histórias, todos ao mesmo tempo. É poder unir a calma do momento com a fúria do passado. Quando acaba é muito mais bonito. Tudo quando vira memória é mais bonito... Por isso que eu escrevo, pra embelezar as lembranças. Escrever é realmente uma terapia. 92 textos. 92 lembranças.
Lembranças de um blog liberado apenas para editores. Ou, eu. 

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